Armas: sim ou não?
Artigo escrito em 27/09/05 por Marcelo Candido Madeira em Langnau am Albis na Suíça.
Eu tenho acompanhado de perto, apesar de estar longe de casa, a discussão sobre a legalização do comércio de armas de fogo no país.
A idéia de termos um referendo popular sobre o assunto muito me agrada. Ainda mais por ser um tema tão urgente. Quem deixou criança ou parentes no Brasil admite ter uma ponta de preocupação que só é aliviada depois de fazer aos familiares o telefonema da semana. A violência no Brasil se alastra e nos mantêm reféns, prisioneiros dentro ou fora do país.
Qualquer referendo popular deste gênero significa o amadurecimento de uma democracia. O referendo por si só gera debates e discussões. O Brasil carece desses mecanismos democráticos.
A Suíça usa e abusa de referendos deste tipo, aqui o povo sai na rua para votar como se fosse comprar cigarro e o pão. Há dois meses a Suíça realizou um referendo popular sobre o casamento Gay. A união legalizada dos casais do mesmo sexo obteve uma linda vitória com direito a festa tecno pela noite afora. Não que isso deixasse de gerar muita polêmica e discussão. Domingo passado houve um referendo sobre a livre circulação de pessoas na Comunidade Européia. Outra vez muita discussão e até propaganda xenófoba. E isso é valido, é o exercício da democracia.
Portanto, qualquer mecanismo que incentive a liberdade, a liberdade de expressão, é mais do que bem vinda. E se não tiver polêmica ou pontos de vistas divergentes não tem graça, não tem democracia. Afinal queremos todos opinar sem ter um tiro no meio da cara, não é mesmo?

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